Com uma produção recorde de 36,7 TWh, o valor mais alto de sempre no sistema elétrico nacional, as energias renováveis forneceram 71% do consumo nacional de eletricidade no ano passado, o segundo ano de maior consumo de sempre, segundo dados da REN.

Em termos de consumo de energia no sistema elétrico nacional, o ano passado foi o segundo ano com maior consumo de sempre, superado apenas, em cerca de 2%, pelo máximo histórico atingido em 2010. “No ano passado, o consumo de eletricidade fornecida pela rede pública totalizou 51,4 TWh, com crescimento de 1,3% em relação ao ano anterior (2,0% considerando a correção dos efeitos da temperatura e número de dias úteis)”, diz a REN, em comunicado

enviado às redações.

Um consumo que, em grande parte, foi assegurado pela produção de energia renovável, resultante do “crescimento das instalações renováveis e das condições gerais favoráveis observadas”, aponta o regulador.

“Apesar do final do ano com menor produção de água, o índice de produtibilidade hidrelétrica foi de 1,16 (média histórica de 1)”, diz a Aneel. Em vento, registrou um índice anual de 1,06 (média histórica de 1), em solar um índice de 0,94 (média histórica de 1

).

“As usinas hidrelétricas e eólicas tiveram pesos semelhantes no abastecimento do sistema nacional, com 28% e 27%, respectivamente, enquanto as fotovoltaicas estavam perto de 10% e a biomassa 6%”, detalha a Aneel. O regulador destaca o crescimento homólogo de 24% na produção hidroelétrica e 37% na produção fotovoltaica, “que teve a maior participação de todos os tempos no consumo nacional, devido à forte expansão desta tecnologia no

sistema elétrico nacional”, enfatiza.

A produção não renovável, “praticamente toda a gás natural”, totalizou 5,1 TWh, “o valor mais baixo desde 1979 (na época com produção não renovável utilizando essencialmente óleo combustível), representando este ano apenas 10% do consumo”, refere a REN.

“A produção de gás natural reduziu sua penetração, tanto devido à crescente disponibilidade de energia renovável, mas também devido ao saldo de importações, que em 2024 totalizou 10,5 TWh, o mais alto de sempre no sistema elétrico nacional, e que permitiu o fornecimento de 20% do consumo nacional”, aponta ainda.

Em dezembro, o consumo caiu 1,4% em relação a dezembro de 2023, “embora com a correção dos efeitos da temperatura e dos dias úteis, haja um ligeiro crescimento de 0,2%”, diz a REN.

No mercado de gás natural, o consumo no passado totalizou 40,5 TWh, uma queda anual de 17%, o menor consumo anual desde 2003.

“Se o segmento de geração de eletricidade manteve a tendência de queda dos últimos anos, com uma forte contração de 56%, no segmento convencional, que abrange outros consumidores, houve um crescimento homólogo de 2%, o primeiro recorde positivo após quatro anos consecutivos de queda no consumo”, diz o regulador.

O abastecimento do sistema nacional em 2024 foi feito quase inteiramente a partir do terminal de GNL de Sines — com origem principalmente na Nigéria e nos Estados Unidos, que representavam, respectivamente, 53% e 41% do abastecimento nacional — enquanto através da interconexão com a Espanha as entradas eram residuais.