“Devemos querer que os imigrantes procurem os Açores porque reconhecem no arquipélago e nos açorianos a capacidade de acolher pessoas, a capacidade de apoiá-las. Mas a verdade é que temos que ser mais ágeis e mais concretos e menos complicados no apoio que prestamos”, disse a deputada do PS no parlamento açoriano, Marlene Damião

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O deputado socialista dos Açores falava aos jornalistas após uma visita do grupo parlamentar do PS/Açores à empresa JR & Filhos — Serralharia Artística, no município de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, onde estão empregados três trabalhadores imigrantes.

Marlene Damião disse que a empresa metalúrgica em questão “teve mais” trabalhadores imigrantes no passado, mas que por “razões associadas à legalização e à falta de apoio”, eles foram forçados a retornar aos seus países.

“Apresentaremos propostas concretas, no âmbito de um projeto de resolução, que visa focar na legalização, integração, formação e qualificação de novos funcionários usando nossos imigrantes”, frisou o deputado, afirmando que o grupo parlamentar do PS/Açores está aberto a contribuições de todos os partidos na Assembleia Legislativa Regional.

O objetivo é “dar o tom para tentar encontrar a melhor, mais rápida e mais eficaz solução para responder aos problemas que as empresas têm” no processo de recrutamento de mão de obra imigrante, acrescentou.

“Já temos mais de 7.000 imigrantes vivendo nos Açores. É preciso criar parcerias e sinergias com associações que atuam no setor e que podem, por essa via, aconselhar, julgar e orientar os imigrantes, porque muitos querem trabalhar, mas não sabem em qual porta bater e quando batem, existem muitos obstáculos”, apontou

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O deputado socialista destacou que a falta de mão de obra nos Açores “é um dos maiores desafios” que a região enfrenta e que afetou setores como o turismo e a construção civil, mas também áreas como metalurgia, transportes e agricultura.

“Em reuniões com várias empresas de diferentes setores, uma das preocupações compartilhadas é a dificuldade em recrutar mão de obra. Há imigrantes, como sabemos das reuniões realizadas com a Associação de Imigrantes dos Açores, que foram treinados em áreas onde existem lacunas e que esse capital humano pode e deve ser usado”.

Marlene Damião afirmou que este é um plano que “apela a todos os açorianos, mas que apela principalmente ao Governo Regional, que tem a missão e o dever de resolver esta questão”.