"Trata-se de um sistema que vai monitorizar as zonas de maior fluxo de trânsito e concentração de pessoas, nomeadamente a chamada "Strip", com o objetivo de dissuadir e combater a criminalidade", afirmou o presidente da Câmara Municipal de Albufeira, José Carlos Rolo.
Segundo José Carlos Rolo, o videovigilância, que entrou em funcionamento a 30 de dezembro de 2024, "visa ajudar as autoridades de segurança na prevenção e combate à criminalidade", numa cidade que foi identificada como tendo um dos maiores índices de criminalidade per capita do país.
O autarca garantiu, no entanto, que Albufeira "é um concelho seguro" e contestou a análise dos números feita pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), "ao apresentar números verdadeiros, em termos globais, mas que não devem ser calculados pelos 44 mil habitantes do concelho".
"Albufeira, sendo um dos maiores concelhos turísticos do país, tem cerca de 500 mil pessoas durante o verão e essas pessoas não aparecem nas estatísticas", lamentou.
Embora refutando "a ideia de que a cidade é insegura como tem sido noticiado", o autarca considerou que a videovigilância "vai dar uma maior perceção de segurança aos residentes e turistas".
As câmaras estão instaladas em zonas previamente selecionadas em conjunto pela GNR e pela autarquia, consideradas locais estratégicos e "de maior preocupação", permitindo monitorizar em tempo real as zonas de diversão nocturna, o centro histórico e os acessos à cidade.
"São zonas com um historial de problemas e que merecem uma maior atenção", afirmou o comandante do destacamento da GNR de Albufeira, Marco Henriques.
Segundo Marco Henriques, o sistema "não tem como objetivo substituir a polícia", mas é "uma ferramenta muito importante para apoiar e complementar o trabalho de prevenção e investigação dos vários órgãos de polícia criminal".
A videovigilância representou um investimento de cerca de 900 mil euros, sendo um sistema dotado de tecnologia moderna, que inclui ferramentas de análise e pesquisa, definição de alertas e captação de imagens em todas as direcções, com grande alcance e resolução.
"Toda a operação é garantida pela GNR e apenas alguns agentes com formação específica terão acesso ao sistema instalado em duas salas de visionamento, uma em Albufeira e outra no Comando Territorial de Faro", sublinhou.
Marco Henriques referiu ainda que a criminalidade em Albufeira "tem vindo a diminuir ao longo do tempo, "apesar de algumas estatísticas se basearem apenas no número de habitantes, o que distorce os dados".
"Acreditamos que com as novas tecnologias podemos fazer mais para prevenir e investigar crimes com maior fiabilidade", sublinhou.
O comandante do destacamento da GNR de Albufeira adiantou ainda que "numa segunda fase, a área de fiscalização poderá ser alargada a outras zonas do concelho".