“Estamos começando a instalar câmeras de videosegurança no Cais do Sodré, que são extremamente importantes para a nossa segurança”, disse Carlos Moedas (PSD), durante a apresentação do trabalho da câmara municipal nos últimos três meses, entre novembro e janeiro, na sede da Assembleia Municipal de Lisboa.

O plano para expandir o sistema de proteção de vídeo em Lisboa inclui 30 câmeras de videovigilância no Cais do Sodré.

O autarca disse que a instalação de videovigilância no Cais do Sodré “é uma demanda de longa data de muitos”, lembrando que o próximo passo será a instalação de videoproteção no Campo das Cebolas, onde estão previstos 32 equipamentos, enfatizando que este trabalho será realizado em conformidade com os locais definidos pela Polícia de Segurança Pública (PSP).

No seu discurso, Carlos Moedas disse que a cidade de Lisboa faz da segurança “uma prioridade”: “Não podemos ter nenhum estigma. Temos que falar sobre segurança em Lisboa. É normal que o prefeito faça isso, é normal que a gente faça isso e é normal cuidarmos da nossa segurança, da nossa cidade.”

“Sabemos que Lisboa é uma cidade segura e é por isso que temos que trabalhar na segurança para que continue a ser uma cidade segura”, declarou.

Como parte da discussão, a deputada independente Daniela Serralha, do Cidadãos Por Lisboa (eleita pela coligação PS/Livre), questionou as declarações de Carlos Moedas sobre “o aumento da sensação de insegurança” quando dados da PSP “negam” um aumento da criminalidade e criticaram as falhas na iluminação pública em Lisboa.

De acordo com dados divulgados em 28 de janeiro, a criminalidade geral no município de Lisboa diminuiu 12,6% em 2024 em relação a 2023, enquanto a criminalidade violenta e grave caiu 10,41%. Sobre os dados da PSP, o Diário de Notícias noticiou que a criminalidade na capital portuguesa registou a segunda maior queda em 10 anos, tendo sido apenas superada em 2020 e 2021, os anos da pandemia da Covid-19

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Em resposta a esses números, em 28 de janeiro, o prefeito de Lisboa argumentou que os crimes na cidade têm sido cometidos com maior violência.

Duas semanas depois, Carlos Moedas declarou: “Se os números de segurança forem confirmados, obviamente eu serei o primeiro e todos aqui ficarão muito satisfeitos, mas os números devem ser analisados com cuidado, ou seja, não podemos olhar para uma queda em um determinado valor em média sem olhar para o que está dentro desse número, ou seja, o que realmente caiu na segurança”.

Na assembleia municipal, o autarca do PSD diz que não teve acesso aos números da PSP, mas pelo que sabia, “o que caiu na segurança foram os chamados crimes proativos”, quando a polícia esteve em greve no primeiro semestre de 2024.

“Não podemos olhar para os números sem olhar para os detalhes dos números, porque senão, estamos criando percepções, estamos criando percepções através dos números e isso é perigoso”, argumenta Carlos Moedas, destacando que o trabalho do prefeito é se preocupar, inclusive com a segurança de acordo com os “relatórios” que ele ouve.

Lisboa tem atualmente 34 câmeras de videovigilância na cidade — 27 no Bairro Alto desde 2014 e sete na região do Miradouro de Santa Catarina -, de acordo com dados municipais. Dados anteriores indicavam um total de 33, mas uma câmera de videovigilância foi adicionada no Bairro Alto.

A primeira fase do plano de expansão do sistema de proteção de vídeo em Lisboa está atualmente em andamento, com um total de 99 câmeras de videovigilância esperadas em quatro locais, a saber, Cais do Sodré (30), Campo das Cebolas (32), Restauradores (17) e Ribeira das Naus (20), que devem estar em operação até o final de agosto deste ano.

Segundo a autarquia, a segunda fase deste plano inclui 117 câmaras de videovigilância “em 11 locais diferentes”, nomeadamente na Praça do Comércio, Cais das Colunas, Praça D. Pedro IV, Praça da Figueira, Rua Augusta, Rua do Ouro, Rua da Prata, Rua do Comércio, Rua dos Fanqueiros, Santa Apolónia — Rua Caminhos de Ferro e também Santa Apolónia — Avenida Infante D. Henrique.