"O Fringe pretende levar às suas audiências experiências diferentes," admite o fundador do festival, Terry Costa, "e, MUTA-MORFOSI de Sara Lisanti é, sem dúvida nenhuma, uma dessas experiências que de certeza vai fazer questionar." A performance encerra o programa deste sábado, 18 de maio, às 22h no Auditório da Madalena, seguindo-se de um momento para conversa entre a artista e a audiência. "Colocamos propositalmente num horário mais tarde devido a todos os temas que a artista apresenta-nos."
MUTA-MORFOSI é uma performance silenciosa, nua e crua que analisa a metamorfose de um indivíduo, encapsulado num santuário do próprio sofrimento, narrada através do processo de mudança de um réptil. MUTA-MORFOSI representa um processo criativo integral, onde o espectador pode encontrar-se e reconhecer-se e, ao mesmo tempo, constitui o distanciamento consciente de um ego ao qual já não sente pertencer: uma viagem introspectiva de crescimento rumo ao renascimento, onde alma e corpo se fundem como único e absoluto protagonista de uma narrativa que oscila entre o mundo humano e o animal.
A performance de Sara Lisanti envolve o espectador numa viagem altamente simbólica e emocional. Os movimentos fluidos da artista dão vida às diversas fases da representação de forma extremamente convincente, transmitindo emoções, angústias, mas também alegria no renascimento e amor impregnado. Um espectáculo verdadeiramente particular, que vai bem com as palavras introdutórias do poeta Giangiacomo Della Porta, e termina com um manifesto vocal único e muito preciso da própria artista. Lisanti comunica com extrema naturalidade através do movimento, da expressividade, da criação artística, e talvez por isso, para encerrar, opta por confiar a sua voz a um gravador, em vez de atuar em palco, transformando também a sua voz num símbolo e em certo sentido num dispositivo cênico. Chiara Lucarelli, na revista European Affairs, terminou sua crítica do espetáculo com "corajoso e significativo - absolutamente a não perder."
Sara Lisanti formou-se em direito pela Universidade de Salerno e posteriormente especializou-se como trapezista na Escola Flic Circus de Torino. Desde 2023 conquista o setor das artes visuais com obras de importância material-conceitual que podem ser vistas em diversos locais, incluindo a Chancelaria do Vaticano (Roma) e a Biblioteca Nacional (Turim).
A performance MUTA-MORFOSI faz parte da programação da 12a edição do Azores Fringe Festival, sábado, 18 de maio, às 22h no Auditório da Madalena. A entrada é livre. Para mais programação visite azoresfringe.com e siga as redes sociais da MiratecArts e do Azores Fringe Festival.