Além de estar a investigar a morte do homem de 43 anos baleado na madrugada de segunda-feira pela PSP na Cova da Moura, tendo constituído o agente arguido e apreendido a sua arma de serviço, a PJ está também a investigar os distúrbios que começaram na noite de segunda-feira no bairro do Zambujal e se estenderam na terça-feira a outras localidades dos concelhos de Oeiras, Sintra, Amadora, Lisboa, Odivelas, Loures, Cascais, Almada e Seixal.
A fonte adiantou que a PJ está a investigar os distúrbios por se tratarem de um crime público, tendo em conta que foram incendiados dois autocarros da Carris, além de carros e diverso mobiliário urbano, como caixotes do lixo.
Desde a noite de segunda-feira, foram registados desacatos no Zambujal e, na terça-feira, em bairros da Área Metropolitana de Lisboa, onde foram queimados dois autocarros, carros e caixotes do lixo, tendo sido detidas três pessoas. Dois polícias receberam tratamento hospitalar devido ao arremesso de pedras e dois passageiros dos autocarros incendiados sofreram ferimentos ligeiros de facadas.
Estes incidentes ocorreram depois de Odair Moniz, de 43 anos e residente no Bairro do Zambujal, ter sido baleado mortalmente por um agente da PSP, na madrugada de segunda-feira, no Bairro da Cova da Moura, no mesmo concelho, tendo falecido pouco depois no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa.
Segundo a PSP, o homem "pôs-se em fuga" num carro após avistar uma viatura policial e "entrou" na Cova da Moura, onde, ao ser abordado pelos agentes, "resistiu à detenção e tentou agredi-los com recurso a uma arma branca".
A associação SOS Racismo e o movimento Vida Justa contestaram a versão policial e exigiram um inquérito "sério e imparcial" para apurar "todas as responsabilidades", considerando que está em causa "uma cultura de impunidade" na polícia.
A Inspeção Geral da Administração Interna abriu um inquérito urgente e a PSP anunciou também um inquérito interno.
De acordo com a PSP, os dois agentes estão agora em serviço administrativo e a receber apoio psicológico.