Estas áreas demonstram vantagens técnicas, científicas e empresariais significativas, particularmente nas regiões norte e centro do país. O estudo fornece orientações cruciais sobre onde o Estado deve priorizar investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação, destacando setores-chave que mostram competências distintas e potencial de mercado.

O estudo avaliou 192 potenciais áreas de aplicação tecnológica e identificou 18 que se destacam pelas suas contribuições para a economia e pela sua forte procura internacional. A agroindústria é uma dessas áreas, onde as especializações em biotecnologia, química e tecnologias digitais são proeminentes. Regiões como o Norte, Centro, Lisboa, Algarve e Alentejo apresentam fortes capacidades neste setor. A saúde é outro campo de destaque, com avanços em biotecnologia, eletrônica, tecnologias digitais e ciência dos materiais evidentes em várias regiões. A experiência de Portugal em equipamentos de transporte, com foco em eletrónica, tecnologias de produção e ciência dos materiais, está concentrada no Norte e Centro, enquanto as indústrias têxtil, vestuário e calçado beneficiam de claras vantagens nas tecnologias de materiais, particularmente no Norte. Ferramentas, máquinas e equipamentos também são áreas de força, impulsionadas por tecnologias de produção, inovações digitais e ciência dos materiais. Os serviços de tecnologias da informação e comunicação (TIC), bem como os serviços de transporte e mobilidade, sublinham as capacidades do país em eletrónica e tecnologias digitais em várias regiões.

O estudo sublinha o sucesso de Portugal na promoção da colaboração entre universidades, centros tecnológicos e empresas em áreas-chave como a química, a física, a engenharia de materiais e a biotecnologia. Por exemplo, nos têxteis, a investigação inovadora levou ao desenvolvimento de fibras resistentes ao calor, impermeáveis e eletronicamente integradas, demonstrando como as capacidades científicas e empresariais se alinham. Da mesma forma, na agroindústria e na saúde, as parcerias público-privadas têm impulsionado avanços significativos, posicionando esses setores como redutos de inovação.

As recomendações estratégicas do estudo defendem um apoio estatal direcionado nesses setores, enfatizando que os investimentos não devem se concentrar apenas na ajuda financeira direta, mas também incluir o fomento à formação profissional, à diplomacia econômica e à criação de redes de colaboração mais amplas. Esta abordagem está alinhada com as regras da União Europeia que exigem que os países concebam estratégias focadas para a investigação, o desenvolvimento e a inovação para aceder ao financiamento. Os nichos emergentes, como a biotecnologia para a aquicultura e a pesca, também merecem atenção. Embora estas áreas careçam de uma estrutura produtiva sólida, demonstram uma forte competitividade internacional através de depósitos de patentes, publicações científicas e desempenho das exportações.

O estudo destaca a importância de uma alocação seletiva de recursos públicos, sugerindo que a intervenção estatal deve priorizar setores com capacidade instalada e massa crítica em detrimento de empresas específicas. Ao concentrar-se em áreas onde Portugal já tem uma vantagem competitiva, o país pode amplificar a sua dinâmica de mercado e competências distintivas. Esta abordagem alinha-se com a mudança europeia para uma "autonomia estratégica aberta", que equilibra filosofias económicas protecionistas e liberais. Ao concentrar-se em áreas prioritárias, Portugal pode aperfeiçoar as suas estratégias de inovação e assegurar uma posição mais forte nos mercados globais.

Os pontos fortes regionais de Portugal e a aposta estratégica na inovação abrem caminho a um crescimento económico sustentável. Os resultados deste estudo fornecem uma base sólida para a construção de uma economia mais inovadora, competitiva e com visão de futuro.


Author

Paulo Lopes is a multi-talent Portuguese citizen who made his Master of Economics in Switzerland and studied law at Lusófona in Lisbon - CEO of Casaiberia in Lisbon and Algarve.

Paulo Lopes