Segundo O Jornal Económico, os chefes de Estado de Portugal e da Eslovénia concordaram que os dois países devem aprofundar a cooperação em várias áreas, com Marcelo Rebelo de Sousa, de visita a Liubliana, a desafiar o seu homólogo a visitar Lisboa este ano.

Falando em inglês num fórum económico Eslovénia-Portugal realizado em Liubliana no âmbito da sua visita oficial à Eslovénia, Marcelo Rebelo de Sousa reiterou que os dois países "têm muito em comum", até porque partilham valores e princípios na forma como vêem o mundo atual, no qual, sublinhou, é "bom ter amigos" e "trabalhar em conjunto".

O Presidente da República referiu que "uma nova ordem mundial está prestes a emergir", já que "a velha ordem tem sido lentamente substituída diariamente", e considerou que "esta é uma transição difícil" para países como Portugal e a Eslovénia, que "valorizam muito o multilateralismo, a tolerância e o trabalho em conjunto", mas que assistem ao "regresso do isolacionismo e do protecionismo e a uma crise do multilateralismo".

Considerando ainda que se vive "um novo ciclo na União Europeia, difícil mas promissor", Marcelo afirmou que "nestes momentos é bom ter amigos, partilhar valores e trabalhar em conjunto, não só politicamente, mas económica e socialmente", pelo que "esta visita acontece no momento certo".

O Presidente da República exortou os empresários eslovenos e portugueses presentes no fórum a desenvolverem "parcerias em sectores muito específicos" e manifestou o desejo de que se realize um segundo fórum em Portugal, para dar continuidade ao trabalho que está a ser desenvolvido em Liubliana, anunciando que pretende convidar a Presidente da Eslovénia, Nataša Pirc Musar, a visitar Portugal ainda este ano, durante o seu mandato (que termina no início de 2026).

"Se não antes, então em novembro, na Web Summit", disse.

Por seu lado, a Presidente da Eslovénia, referindo que os dois países "têm muito em comum" e uma boa relação bilateral, defendeu que existe ainda "um grande potencial para aumentar a cooperação" em áreas como as energias renováveis, a investigação e inovação, o turismo, as tecnologias de informação e até a agricultura.

Considerando que Portugal, que classificou como "um parceiro fiável", é "um exemplo a seguir em muitos aspectos, sobretudo na sua ambiciosa transição para as energias renováveis", Musar manifestou a sua esperança num aumento dos "investimentos mútuos em domínios de elevado valor acrescentado", regozijando-se com o facto de, hoje, os dois países já terem assinado um memorando de entendimento na área do turismo.

A este respeito, Marcelo revelou o seu desejo de que este ano ou, o mais tardar, no próximo, sejam lançadas ligações aéreas diretas entre os dois países.

A convite de Nataša Pirc Musar, Marcelo Rebelo de Sousa iniciou no dia 17 de março uma visita de Estado à Eslovénia, a segunda do atual mandato, depois da realizada em 2021, ano em que os dois países assumiram a presidência semestral rotativa do Conselho da União Europeia.

Depois de ter participado numa receção à comunidade portuguesa neste país, uma das antigas repúblicas da ex-Jugoslávia, na tarde de segunda-feira, à chegada a Liubliana, o chefe de Estado português foi recebido com honras militares na Praça do Congresso da capital eslovena e depositou uma coroa de flores no Memorial às Vítimas de Todas as Guerras, após o que se reuniu com Musar no Palácio Presidencial.

Após a assinatura do memorando de entendimento bilateral na área do turismo, Marcelo teve um almoço de trabalho oferecido pelo Primeiro-Ministro da Eslovénia, Robert Golob, reuniu-se com o Vice-Presidente da Assembleia Nacional, Danijel Krivec, e visitou o pólo de biotecnologia do Instituto Nacional de Biologia, antes de participar no fórum económico.

No segundo e último dia desta visita de Estado, Marcelo deslocar-se-á hoje à cidade costeira de Piran, onde participará, juntamente com o Presidente esloveno, numa conversa com estudantes universitários da Universidade Euro-Mediterrânica (EMUNI), e almoçará de despedida com Musar após um passeio pelo centro histórico, regressando depois a Portugal.