No primeiro trimestre do ano, subiu 9,86% para 1.203 euros, o que representa mais 108 euros face ao mesmo período do ano passado, quando o salário médio já líquido de impostos e contribuições sociais era de 1.095 euros por mês, segundo cálculos do ECO com base nos novos dados publicados pelo Instituto Nacional de Estatística(INE), juntamente com as estatísticas do emprego para o período entre janeiro e março de 2025.

Em termos reais, depois de descontado o impacto da inflação média dos últimos 12 meses registada em março, de 2,42%, o crescimento foi menor, mas ainda assim significativo: 7,2% ou 78,9 euros. Isto significa que 29,1 euros do aumento nominal de 108 euros foram "comidos" pelo aumento dos preços. Subtraindo o efeito do custo de vida, o salário líquido médio subiu para 1.173,9 euros.

O rendimento líquido médio mensal da população ativa, após retenção na fonte do IRS e das contribuições sociais, tem vindo a aumentar consecutivamente. No ano passado, a massa salarial dos trabalhadores subiu 100 euros para 1.142 euros, o que corresponde a um aumento de 9,6%, face ao salário médio de 1.042 euros em 2023. Foi o maior aumento da década.

O início de 2025 mantém esta trajetória ascendente dos salários, com destaque para os salários dos técnicos médios, das Forças Armadas, dos professores e dos médicos, que tiveram os maiores aumentos salariais neste período.

Na variação em cadeia, do quarto trimestre de 2024 para os primeiros três meses de 2025, o aumento do salário médio líquido foi mais modesto, 1,6% ou 19 euros, face ao salário de 1.184 euros calculado pelo INE.

Maiores aumentos salariais

Analisando a variação dos salários médios líquidos por grupos de profissões, o INE mostra que, no primeiro trimestre do ano, os técnicos e as profissões de nível intermédio, onde se incluem os professores e os médicos, e as Forças Armadas, foram as profissões que registaram o maior aumento dos salários.

No topo do ranking estão os técnicos de nível intermédio que ganham agora 1.294 euros, ou seja, mais 11,94% ou 138 euros, em relação ao salário de há um ano, que era de 1.156 euros. Em segundo lugar vem o grupo das actividades científicas e intelectuais. A massa salarial destes profissionais passou de 1.499 euros para 1.651 euros, um aumento de 152 euros, o que se traduz num crescimento homólogo de 10,14%, sobretudo devido ao descongelamento da carreira dos professores e à valorização da carreira dos médicos.

A completar o pódio dos maiores aumentos do salário médio líquido estão os membros das Forças Armadas, que tiveram um aumento salarial de 9,9% ou 137 euros, o que elevou o seu vencimento de 1.384 para 1.521 euros, resultado influenciado pela atualização dos salários e por um novo aumento de 50 euros no suplemento de condição militar, que passou de 300 para 350 euros mensais, no início do ano.

Em sentido oposto, entre os grupos profissionais com aumentos salariais menos significativos, em termos homólogos, e que se mantiveram abaixo do aumento médio (9,86%), estão os representantes do poder legislativo e gestores de topo, os trabalhadores não qualificados e os trabalhadores da montagem.

Entre janeiro e março, o salário dos representantes do Legislativo e dos órgãos executivos, diretores, administradores e gerentes executivos atingiu R$ 1.945, um aumento de 5,20% ou R$ 96 em relação ao salário do mesmo período do ano passado, de R$ 1.846. Essa evolução está diretamente relacionada ao fim do corte de 5% nos salários no início do ano. A penalização dos titulares de cargos políticos e gestores públicos estava em vigor desde o período da troika e foi eliminada por proposta do PSD e do CDS, aprovada no âmbito do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025).