"As reservas estão acima do ano passado [nesta altura] e as nossas perspectivas são muito positivas para a Páscoa", disse à Lusa o presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA).

Hélder Martins indicou que, de acordo com um inquérito efectuado junto dos associados, a taxa média de ocupação das unidades turísticas do sul do país deverá atingir os 70 ou 80%.

Os principais clientes, segundo este empresário turístico, são, como é tradicional, os portugueses, seguidos dos também habituais ingleses, irlandeses e alemães.

De acordo com Hélder Martins, os norte-americanos, que têm aumentado o seu interesse por Portugal nos últimos anos, deverão chegar mais tarde, a partir de maio, também influenciados pelo aumento do número de voos disponíveis nessa altura.

O presidente da AHETA não esconde que as boas perspectivas são influenciadas pelo facto de a Páscoa este ano ser celebrada mais tarde do que o habitual, com a Sexta-feira Santa a 18 de abril, com maior probabilidade de temperaturas mais elevadas.

Segundo Hélder Martins, "a hotelaria aumentou os preços em 3 a 4%", mas, como é habitual, os empresários do sector vão-se adaptando à procura dos seus serviços.

"É como na aviação, se a procura aumenta, os preços sobem e se diminui, descem", disse o presidente da AHETA, acrescentando que, atualmente, os turistas já não reservam os voos com muitos meses de antecedência, como no passado.

Hélder Martins referiu ainda que há muita gente que faz reservas em janeiro, sobretudo estrangeiros, altura em que as companhias aéreas e os hotéis fazem campanhas, "por vezes muito agressivas".

Mas, segundo o responsável, há também quem só reserve à última hora, "no último minuto", por vezes no próprio dia, aproveitando os preços de 'last minute'.

"Hoje em dia, as pessoas verificam as últimas oportunidades nos seus computadores e consultam vários sites antes de fazerem uma reserva", disse Hélder Martins.

Por outro lado, o empresário está convencido de que a atual crise política, com eleições legislativas marcadas para 18 de maio, não terá impacto na decisão dos turistas em viajar para o Algarve.

"As eleições, na minha opinião, tal como da última vez, vão ser muito disputadas na televisão, com os líderes a deslocarem-se ao Algarve por um dia para fazer campanha, mas isso não vai ter impacto na vinda das pessoas", afirmou.

Hélder Martins vai mais longe e prevê mesmo um bom verão para este ano.

"Comparativamente ao nível de reservas do ano passado, estamos acima em todos os indicadores, incluindo as reservas para o verão", concluiu.