Durante o debate que se prolongou por quase quatro horas, os partidos discutiram as razões pelas quais o Governo deve ou não continuar a funcionar.

O antigo primeiro-ministro, Luís Montenegro, fez a primeira intervenção do debate, destacando o trabalho efectuado pelo Governo. Uma vez que a razão da instabilidade política se deve a uma empresa fundada por Luís Montenegro, o ex-primeiro-ministro afirmou que a sua "atividade profissional não afectou a sua atividade política" e vice-versa.

Durante o seu discurso, Luís Montenegro atacou o CHEGA por ter estado ao lado do Partido Socialista (PS), durante os 11 meses de mandato, na tentativa de descredibilizar o Governo. O antigo primeiro-ministro afirmou ainda que "Portugal não pode parar" e que tem de continuar a ser o "país estável" que é atualmente.

No entanto, o discurso de Luís Montenegro não foi suficiente para que o Parlamento aceitasse a continuidade do trabalho do Governo, eleito a 10 de março de 2024.

No final do debate, mesmo antes da votação da Moção de Confiança, o deputado Paulo Núncio (CDS-PP), pediu ao Presidente da Assembleia da República, José Aguiar Branco, para interromper os trabalhos, tal como tinha sido pedido anteriormente por Hugo Soares (PSD) durante o debate. Depois de conversações, José Aguiar Branco, referiu que, legalmente, o pedido de interrupção só pode acontecer antes da votação.

Enquanto os trabalhos estiveram interrompidos, os principais partidos da Assembleia da República (PS e PSD) estiveram a negociar e o PSD apresentou uma proposta, recusada pelo PS. De acordo com Pedro Duarte, ministro dos Assuntos Parlamentares, o PS não respondeu à proposta apresentada pelo PSD.

Após os discursos dos deputados, o presidente da Assembleia da República pediu aos deputados que votassem a favor ou contra a moção de confiança apresentada no Parlamento.

Com os votos favoráveis do PSD, CDS-PP e IL; os votos contra do PS, CHEGA, BE, LIVRE, PCP e PAN, o Parlamento decidiu dissolver o atual Governo.

De acordo com Marcelo Rebelo de Sousa, a decisão dos partidos políticos apresentada na Assembleia da República poderá levar à realização de eleições entre 11 e 18 de maio.


Author

Deeply in love with music and with a guilty pleasure in criminal cases, Bruno G. Santos decided to study Journalism and Communication, hoping to combine both passions into writing. The journalist is also a passionate traveller who likes to write about other cultures and discover the various hidden gems from Portugal and the world. Press card: 8463. 

Bruno G. Santos