"Enquanto associação que representa as doentes com esta patologia no nosso país, e depois de vários anos a lutar para que esta comparticipação fosse uma realidade, acreditamos que este é um primeiro passo importante para que as nossas doentes vejam os seus direitos e necessidades assegurados", afirmou a presidente da MulherEndo, Susana Fonseca, citada em comunicado.
De acordo com a associação que apoia mulheres com endometriose, o aumento da comparticipação facilita o acesso ao tratamento, oferecendo assim recursos e esperança a mais mulheres que enfrentam os sintomas dolorosos e potencialmente incapacitantes da endometriose, e reforça também a equidade no acesso ao tratamento médico.
"O reembolso de 69% dos medicamentos para a endometriose não só alivia os encargos financeiros dos doentes, como também reflecte o reconhecimento deste problema como uma questão de saúde pública", sublinha.
A endometriose é uma das doenças crónicas mais comuns em mulheres férteis, estimando-se que afecte cerca de 190 milhões de pessoas em todo o mundo, o que significa que "uma em cada dez mulheres em idade reprodutiva pode ter esta doença crónica, que se caracteriza pela presença de tecido semelhante ao endométrio fora do útero, normalmente associada a sintomas debilitantes e dolorosos".
Há cerca de três semanas, o MulherEndo alertou para o facto de as doentes com endometriose continuarem a pagar a totalidade dos medicamentos para esta doença ginecológica crónica, apesar de uma portaria que prevê uma comparticipação de 69% a partir de 1 de janeiro.
Em causa está uma portaria publicada a 25 de novembro de 2024, assinada pela Secretária de Estado da Saúde, Ana Povo, que inclui os medicamentos para o tratamento da endometriose no escalão B de comparticipação e que determinou a sua entrada em vigor a 1 de janeiro deste ano.
A MulherEndo estima que a endometriose afecte cerca de 350.000 mulheres em Portugal.