O Refúgio abriu as suas portas no final do verão do ano passado e é o culminar de quase 4 anos de esforços do casal canadiano Simone Lopes e Patrick Gilbert para restaurar uma quinta abandonada à sua antiga glória e mais além.

Simone nasceu em França, filha de pais portugueses, e mudou-se para o Canadá quando tinha 5 anos de idade. "Cresci a aprender sobre a minha cultura e herança e sempre sonhei que um dia, com o parceiro certo, viríamos viver a nossa vida de quase reforma em Portugal", disse à Central Magazine. Juntamente com Patrick, o seu marido de 31 anos, começaram a visitar o país em 2015 e, em 2020, com a filha mais velha a trabalhar a tempo inteiro e a mais nova prestes a licenciar-se, o casal decidiu que era altura de se mudar.

"Vender tudo e viver noutro país, sem falar a língua, não é fácil", conta ela, "mas eu andava à procura de casa há muito tempo e alguém mencionou esta Quinta, por isso viemos e adorámos a serenidade do lugar. Fizemos um depósito na véspera do meu aniversário e partimos para o Arizona no dia seguinte."

Um salto de fé

"Tínhamos 5 meses para vender a nossa casa, a maior parte dos nossos pertences, o carro e tratar da papelada da imigração, antes de voltarmos a 16 de março para assinar os papéis a 19 de março. Aterramos aqui e o país fecha". Tinham-se mudado para a sua nova casa no momento em que a pandemia obrigou o país a encerrar. "Não tínhamos almofadas nem pratos, mas tranquilizámo-nos uns aos outros... nós conseguimos fazer isto, nós vamos fazer isto".

Créditos: Imagem fornecida; Autor: Cliente;

A quinta tinha sido abandonada pelo seu anterior proprietário e deixada num estado muito negligenciado, pelo que o casal teve o seu trabalho facilitado. "Os primeiros 2,5 anos foram essencialmente para pôr este sítio em forma, e havia muitas coisas para arranjar", recorda Patrick. "O nosso jardineiro, que costumava trabalhar aqui para o anterior proprietário, estava subequipado - não tinha o que precisava para cuidar de um local com 5 hectares e meio, que inclui um laranjal com certificação biológica que, segundo soubemos, estava prestes a perder a certificação por estar em tão mau estado".

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"Começámos logo a trabalhar", diz. "Aterrámos, concentrámo-nos em fazer o que tínhamos de fazer, ao mesmo tempo que tentávamos aprender a língua, descobrir como gerir o mundo burocrático e tentar juntar as nossas ideias para o futuro. Tem sido uma vida sem parar".

Para Portugal

O conceito do Refúgio foi inspirado numa festa de vinho do Porto que organizaram no Arizona, onde viveram durante 28 anos antes de se mudarem para Portugal. "Pensámos, porque não fazer a mesma abordagem: trazer um pouco de Portugal para a Quinta, e esperamos encorajar, especialmente os nossos hóspedes internacionais, a voltar e visitar outra região - e é por isso que temos 10 bungalows", explicou Simone. "É isso que o Refúgio tem de único: Para além da sua serenidade, cada bungalow representa uma das muitas regiões, uma espécie de balcão único para conhecer o que Portugal tem para oferecer."

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Os bungalows que compõem as casas de hóspedes do Refúgio foram construídos artesanalmente por uma empresa de carpintaria local como ambientes minimalistas e de conforto luxuoso, com colchões ortopédicos, cortinas blackout e carregadores de telemóvel, entre muitas outras qualidades de destaque. Para além disso, são também decorados com azulejos pintados à mão por uma loja de Lisboa, sendo que cada bungalow representa uma região de Portugal, desde Trás-os-Montes à Madeira.

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O nosso objetivo é fazer com que as pessoas voltem e digam: "Bem, desta vez vou visitar a Madeira para ver isto, porque o que vi naqueles links no tablet atrai-me, e através da narrativa dos azulejos pintados à mão", Simone expôs a sua visão para o projeto. "É isso que estamos a tentar fazer, mostrar Portugal, onde carinhosamente chamamos o Refúgio".

A Quinta oferece uma seleção de seis bungalows T1 e quatro unidades T2, cada um cuidadosamente concebido para o conforto e flexibilidade. Um dos bungalows T1 é totalmente acessível a cadeiras de rodas, garantindo uma experiência inclusiva para todos os hóspedes. Os bungalows T2 possuem um quarto, um espaço de escritório com um sofá-cama e um pátio semi-privado, proporcionando um ambiente tranquilo e funcional para lazer e trabalho. Os hóspedes e/ou pequenos grupos podem também reservar o centro multiusos, que possui uma espaçosa cozinha profissional e amplas salas para workshops, retiros de bem-estar, sessões de team building, entre outros. Com uma capacidade máxima de 28 adultos, os bungalows também estão totalmente equipados com cozinhas e Internet de alta velocidade, proporcionando conetividade e incentivando os hóspedes a abraçar o ambiente natural. Embora não haja televisões, os visitantes encontram relaxamento junto ao lago de natação sem químicos, naturalmente purificado por plantas aquáticas, tornando-o num retiro tranquilo e amigo do ambiente.

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Esta é apenas uma das várias medidas que Patrick e Simone adoptaram para garantir a sustentabilidade do seu negócio. "Utilizámos cortiça sempre que pudemos, nos lavatórios, candeeiros e tapetes, fabricados no Algarve e no Norte de Portugal", exemplificou Patrick. "Também implementámos a recuperação da água da chuva para irrigação e selecionámos cuidadosamente plantas nativas da região para a Quinta, garantindo um ambiente sustentável e com pouca água. Além disso, o nosso parque de estacionamento coberto por energia solar proporciona sombra para até 10 carros e gera energia suficiente para alimentar todo o Refúgio. Para apoiar ainda mais a sustentabilidade, instalámos dois carregadores rápidos para veículos eléctricos."

"Participamos ativamente na economia circular e estamos empenhados em fazer do Refúgio um local onde os hóspedes possam descansar e recarregar totalmente - tal como nos esforçamos por fazer aqui na Quinta. No meio das nossas vidas ocupadas e do caos ocasional, fazer uma pausa é essencial", reflectiu Simone. "O que eu mais gosto é de estar rodeada pela natureza, sentir o vento e olhar para as estrelas sem fim. Embora o Patrick e eu não tiremos férias há muito tempo, viver na Quinta, em muitos aspectos, faz-nos sentir como se já estivéssemos de férias. É isso que esperamos que os outros sintam!"

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"Finalmente, acreditamos que o Refúgio é o local perfeito para quem está a considerar mudar-se para Portugal mas não sabe onde se instalar", concluiu Patrick. "A sua localização central torna-o ideal para explorar o país e descobrir o sítio certo para chamar de lar. Estamos especialmente interessados em acolher aqueles que partilham uma profunda curiosidade e apreço por Portugal."

A Quinta Nere Maitia está localizada em Vale de Santarém, a 12 minutos da cidade gótica de Santarém, a 10 minutos de carro a sul da cidade de Cataxo e a uma hora de carro do centro de Lisboa. Para mais informações, visite https://www.quintaneremaitia.com/en/

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Kate Sreenarong