A nova espécie, 'Marmoretta drescherae', pertence ao género 'Marmoretta', que "representa o ramo primitivo da árvore evolutiva dos lagartos modernos", refere em comunicado a Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT) da UNL, onde Alexandre Guillaume realizou o estudo no âmbito do seu doutoramento.
Até agora, apenas uma espécie pertencente ao género 'Marmoretta', 'Marmoretta oxoniensis', foi referenciada.
"O 'Marmoretta drescherae' não é um antepassado direto dos lagartos actuais, mas sim um representante primitivo de uma linhagem que se extinguiu no final do Jurássico", destaca Alexandre Guillaume, citado no comunicado da FCT/UNL, acrescentando que a "descoberta reforça a hipótese de que, no final do Jurássico, a América do Norte, a Europa e o Noroeste de África partilhavam faunas semelhantes, sugerindo também diferenças ecológicas locais".
Para este estudo, realizado em colaboração com investigadores da Universidade espanhola de Saragoça, o paleontólogo Alexandre Guillaume analisou 150 fósseis guardados no Museu Geológico de Lisboa, encontrados na mina de Guimarota, em Leiria, "um dos mais ricos depósitos de microfósseis do Jurássico Superior".
Com base na análise de fósseis portugueses, por comparação com fósseis encontrados no Reino Unido e nos Estados Unidos, o trabalho liderado por Alexandre Guillaume confirmou ainda a presença na fauna jurássica de Portugal de um pequeno réptil semi-aquático pertencente ao género 'Cteniogenys', embora "sem conseguir determinar se se trata de uma espécie diferente das já descritas noutras regiões".
Alexandre Guillaume, que estuda a pequena herpetofauna (répteis e anfíbios) do Jurássico Superior de Portugal, e o resto da equipa analisaram fragmentos isolados de mandíbulas, crânios, membros e vértebras.
A investigação, que teve como objetivo reavaliar fósseis descritos nas décadas de 1970 e 1990 por paleontólogos da Universidade Livre de Berlim, na Alemanha, foi publicada na revista científica de acesso livre Ata Palaentologica Polonica.