Em comunicado, o Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal(STRUP/Fectrans) diz que o Conselho de Administração da Carris, "em desespero", argumentou na reunião na Direção Geral do Emprego e das Relações de Trabalho, para definir serviços mínimos, que o dia de Carnaval não contava como dia útil.
"A verdade é que, para efeitos legais, não se trata de um feriado oficial e, se contarmos o dia 24 de fevereiro, dia em que foi dado o pré-aviso, até ao dia 10 de março, temos 11 dias", refere a nota do STRUP.
No entanto, o sindicato entendeu "que não vale a pena perder tempo em discussões sobre contagem de tempo", pelo que retirou o pré-aviso de greve para o dia 11 de março e entregou um novo pré-aviso de greve de 24 horas para o dia 18. O sindicato entende que é mais importante "unir todos os trabalhadores na construção de uma grande jornada de luta" e não "perder tempo com argumentos e contra-argumentos sobre a ilegalidade ou legalidade da greve para o dia 11 de março".
Está também marcado um novo plenário geral para o dia 18, para que os trabalhadores decidam sobre a "continuação dos métodos que levem o CA [Conselho de Administração] e o seu acionista, a Câmara Municipal de Lisboa, a dar as respostas que os trabalhadores necessitam".
De acordo com o STRUP, os trabalhadores querem "um aumento real e substancial dos salários e dos vales de refeição, um aumento faseado para as 35 horas semanais e a criação de uma indemnização compensatória para os trabalhadores dos sectores fixos".
Além disso, o sindicato quer também "o pagamento das despesas de deslocação aos trabalhadores em trânsito sem contar com os 'prémios'".
A greve foi aprovada após um plenário de "grande unidade" realizado na Estação de Santo Amaro, em Lisboa.
"O STRUP deu corpo e voz à decisão tomada pelos trabalhadores, no último plenário geral (...) no que respeita à reformulação da sua proposta em matéria financeira, apresentando a proposta de aumento salarial de 90 euros, com efeitos a partir de janeiro e um aumento intercalar de 30 euros, com efeitos a partir de julho, bem como o aumento do subsídio de refeição para 12,50 euros", pode ler-se no documento.
Para o STRUP, "é completamente inaceitável que o Conselho de Administração mantenha o chamado 'prémio de excelência', em vez de o aumentar na tabela salarial".
Segundo o sindicato, apesar de rejeitar completamente a proposta apresentada, a empresa não conseguiu "negar o simples facto de que os salários dos trabalhadores estão cada vez mais próximos da evolução e bem do salário mínimo nacional e que, para os trabalhadores manterem a mesma diferença que existia no salário mínimo que existia em 2009, seria necessário um aumento salarial, este ano, de 196 euros".